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quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Cortejo da Lavagem do Bonfim – uma grandiosa manifestação Popular






A Lavagem das Escadarias do Bonfim é a segunda maior manifestação popular da Bahia, depois do carnaval. Esse ritual se repete todos os anos na 2ª quinta-feira do mês de janeiro, depois do Dia de Reis, desde 1754. Todos acompanham o cortejo de branco, que é a cor de Oxalá, o Deus Yoruba sincretizado com Senhor do Bonfim.


Uma quilométrica procissão que dá início na Igreja da Conceição da Praia em direção a Igreja do Bonfim no Alto da Colina Sagrada, arrastando uma multidão de fieis e curiosos – cerca de 1 milhão de pessoas passaram por lá – num percurso de 8 km, acompanhados por baianas que abrem o cortejo com seus trajes típicos, seguidas pelo bloco Filhos de Gandhi e diversas manifestações culturais e religiosas.


A caminhada que leva um pouco mais que uma hora impulsiona uma multidão de pessoas por largas avenidas ao som dos mais variados estilos de músicas e manifestações religiosas folclóricas e culturais – misturando o profano e o religioso – por lá passaram políticos, personalidades e muitos estrangeiros que dificilmente  não se contagiam com tamanha manifestação.


Ao chegar às escadarias da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim as baianas despejam seus vasos com água de cheiro no adro da Igreja e sobre as cabeças dos fiéis, onde depositam, também, flores ao som do hino do Senhor do Bonfim num ritual de fé e esperança, pedindo proteção ao santo. Há algumas décadas atrás, o interior da Igreja era lavado, mas hoje a água é ritualisticamente derramada fora de Nosso senhor do Bonfim, num gesto simbólico de purificação. 


Nas proximidades da Igreja do Bonfim podem ser encontradas várias barraquinhas com vendas do delicioso acarajé, bebidas e fitinhas do senhor do Bonfim – tradicionalmente são colocadas no braço após três pedidos que serão realizados quando a fitinha cair. 


Sobre o Candomblé e o Catolicismo:

São duas religiões que sempre tiveram procedimentos opostos, mas que se uniram para um ritual religioso em comum. Nesse dia, católicos e adeptos do candomblé se misturam numa manifestação grandiosa e de muita fé: várias etnias, várias crenças, vários estilos musicais – do samba de roda, ao pagode atual – do sagrado ao profano. A inusitada parceria entre as religiões tem origem na época da escravatura, quando portugueses e escravos, juntos, preparavam a capela para a festa de encerramento da novena de devoção ao Nosso Senhor do Bonfim.

Jussara Assunção - MTB/0004840

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